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Dos diferentes cenários nacionais, a situação de seca característica do nordeste brasileiro é a que inspirou muitas das maiores obras da literatura nacional. Entre elas, o romance Vidas Secas, de Graciliano Ramos, lançado em 1938, se tornou um clássico por excelência. Há algumas razões para isso. Primeiramente, ao tratar da miséria de uma família que foge exaustiva e periodicamente da seca em busca de terras onde possam sobreviver, o texto trata do sofrimento humano, inerente a cada um de nós. Segundo, o autor estava intimamente familiarizado com o sofrimento daquele povo e com a paisagem local e, por fim, pela genialidade e sensibilidade com que a obra foi escrita.
About the author
Graciliano Ramos (27 de outubro de 1892 - 20 de março de 1953) é um dos maiores romancistas brasileiros, conhecido por seu estilo direto e seco, que expressa o sofrimento e as agruras do sertanejo nordestino. Nascido em Quebrangulo, Alagoas, em 1892, ele exerceu a função de prefeito de Palmeira dos Índios e enfrentou a prisão sob a suspeita de apoiar o comunismo, o que influenciou suas obras, especialmente Memórias do Cárcere. Entre suas principais criações estão Vidas Secas, que retrata a luta de uma família contra a seca e a miséria, e São Bernardo, obra que explora as complexidades do poder e da ambição. Seu romance Angústia é considerado uma profunda análise do isolamento e da opressão psicológica. A escrita de Graciliano, marcada por sua visão crítica da realidade brasileira e pela empatia com o povo humilde, tornou-o um ícone do modernismo regionalista e um dos mais respeitados escritores do país.